Sábado, 27 de abril de 2024
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Herdeiras de Marielle querem combate à violência política no Rio

Mulheres Negras Desafiam a Engrenagem do Crime e da Política no Rio de Janeiro.

Mulheres negras e provenientes de comunidades periféricas veem-se cada vez mais expostas à violência política, como evidenciado pelas revelações recentes no caso Marielle Franco. Mesmo após seis anos da tragédia, ativistas considerados “herdeiros” das causas defendidas pela vereadora assassinada continuam determinados a transformar o desfecho do caso em um catalisador para o fim da violência política no país.

A operação “Murder Inc.”, deflagrada no domingo (24), resultou na prisão de figuras proeminentes, incluindo Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ.

O envolvimento dessas autoridades no planejamento e execução do assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, reforça a necessidade urgente de combater a interseção entre o crime e os agentes do estado.

Dani Monteiro, deputada estadual eleita pelo PSOL após o assassinato de Marielle, expressa a constante batalha contra os interesses obscuros dentro do aparato estatal. Nascida e criada nas proximidades do local onde Marielle foi morta, Monteiro enfatiza que o Rio de Janeiro historicamente permanece sob o domínio de grupos políticos que buscam manter seu poder à custa da segurança e dos direitos humanos.

A revelação do envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa, uma figura anteriormente considerada aliada, choca ativistas como Mônica Francisco, ex-deputada estadual e assessora de Marielle.

A confirmação de que setores da política e da polícia estavam envolvidos no crime destaca a natureza arriscada da atividade política, especialmente para mulheres negras e periféricas.

Talíria Petrone, amiga e companheira de militância de Marielle, destaca a urgência de enfrentar as milícias, especialmente no Rio de Janeiro, onde crime e política estão intimamente ligados. Para isso, propõe uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitiria a federalização das investigações sobre crimes cometidos por grupos paramilitares com participação de agentes do estado.

Renata Souza, que trabalhou junto a Marielle na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ressalta a importância de buscar justiça não apenas para Marielle, mas para todas as mulheres negras e periféricas vítimas da violência política. Ela vê o caso Marielle como uma manifestação cruel da violência política no Rio de Janeiro, onde crime, polícia e política operam em conjunto.

Apesar das prisões recentes, Lígia Batista, diretora executiva do Instituto Marielle Franco, destaca que a luta por justiça está longe de terminar. A fratura exposta pelo assassinato de Marielle exige uma reavaliação fundamental da cultura política brasileira, que muitas vezes recorre à violência como forma de resolver conflitos.

Enquanto as investigações continuam e o caso Marielle permanece sem uma resolução completa, as herdeiras de Marielle permanecem firmes em sua determinação de combater a violência política e manter vivo o legado de sua inspiradora líder.

 Por Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Edição: Aline Leal

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