
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, protocolou requerimento de urgência para o PL da Anistia. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados).
Cacoal, RO - Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, já protocolou o pedido de urgência para a votação do projeto de lei da anistia. Urgência, no caso, significa votar depois da Páscoa. Tem a assinatura de mais de metade dos deputados, embora um ou dois tenham retirado a assinatura, sabe-se lá por quê. Esse pedido de anistia foi empurrado por decisões do Supremo, como a que não contemplou a necessidade de Clezão ir para casa se tratar, e ele morreu na cadeia. Ou o caso da Débora; todos sabem que ela não estava armada a não ser com um batom, que ela não causou nenhum dano à estátua granítica da deusa da justiça. Esses exageros do Supremo é que levaram a esse pedido de anistia.
E é bom lembrar que a anistia está prevista na Constituição. O artigo 48, inciso VIII, diz que é competência do Congresso Nacional conceder anistia. Então, não existe essa de dizer que não pode. O Congresso pode, porque o poder do povo foi transferido aos congressistas pelo voto. Ou então não é democracia.
8 de janeiro e facada em Bolsonaro têm inúmeras questões sem resposta
Quando se fala do 8 de janeiro, surgem alguns nomes que estão fora dos processos. Por que não investigaram o general Gonçalves Dias? Ele aparece em várias gravações dentro do Palácio do Planalto, ciceroneando, oferecendo água para os primeiros que entraram lá, e mesmo assim não foi citado em nada. É inexplicável.
Este é apenas um caso, há outros ainda mais misteriosos, em que nem os nomes aparecem. Vejam a facada de Adélio Bispo em Jair Bolsonaro; ela continua tendo efeitos que vão durar por toda a vida de Bolsonaro. Essa provavelmente não será a última cirurgia, porque a consequência de operações que abrem o abdômen e manipulam o intestino delgado é exatamente isso: aderências que vão grudando e dificultando a circulação dentro do intestino. A cirurgia resolve o problema agora, mas daqui a um tempo ele volta.
Tribunal político
O que as pessoas se perguntam é: Adélio agiu sozinho? Aí aparecem nomes de pessoas que poderiam ter influenciado Adélio, que criaram o álibi autorizando Adélio a entrar no gabinete de um deputado – um falso Adélio, um falso registro, um álibi – no mesmo dia em que ele atacaria Bolsonaro. Estava tudo pronto. E parece que, depois da facada, Adélio ficou perturbado e acabou preso. Isso não estava no script. Aí aparecem advogados de repente. Quem chamou os advogados? Quem pagou os advogados? Tudo isso volta a ser falado, até que seja esclarecido. Enquanto não responderem a essas grandes perguntas, o assunto vai permanecer.
A manifestação do 8 de janeiro também tem a ver com perguntas não respondidas. Ela aconteceu porque as pessoas não entenderam a apuração de votos. Vejam a quantidade de gente que se mobilizou espontaneamente em Natal, ao saber que Bolsonaro estava por lá. E o resultado da eleição em Natal diz que Lula ganhou. Mas comparem as manifestações de rua com Bolsonaro e as viagens de Lula; o povo tem dúvidas, e elas continuarão até que o Congresso decida como se faz uma apuração de voto confiável e, sobretudo, transparente, auditável. Na Alemanha aconteceu assim: fizeram tudo digital, e depois a Justiça decidiu que não pode, porque o eleitor não está entendendo como o voto dele foi contado.
Fonte: Por Alexandre Garcia