
Honda Civic Type R, um brinquedinho de gente grande – e rica (fotos: Geison Guedes/DP).
Cacoal, RO - Desde que a Honda Autos veio para o Brasil, em 1992, dois anos após a reabertura para marcas importadas, o modelo mais consagrado dela por aqui, de longe, é o Civic, com mais de um milhão de unidades comercializadas em 33 anos de mercado brasileiro.
Como modelo importado, o japonês desembarcou aqui com diversas opções, tanto de carroceria, quanto de configuração, do sedã ao hatchback, e da DX de entrada, as esportivas Si e VTi, na quinta geração. Um ponto curioso é que as que mais fizeram sucesso no mercado nacional foram as pares, como a sexta, a primeira produzida no Brasil.

O Civic é o grande modelo da história da Honda no Brasil.
A sétima manteve o padrão do sedã (por aqui apenas este tipo de carroceria foi produzido), mas sem o apelo da anterior. A oitava, batizada de “New Civic” e chamada assim até hoje, foi um estouro, sucesso absoluto. Ela marcou o retorno de uma opção mais esportiva, que não teve na geração anterior (a sexta contava com a VTi), com a Si, que voltou a ser vendida no Brasil após um grande hiato, não existia por aqui desde as opções importadas.
A nona, como de costume das ímpares, não se sobressaiu tanto. Já a 10ª não só repetiu o feito da oitava como a superou, sendo a grande geração do Civic no Brasil, infelizmente, a última produzida por aqui. Mas foi a 11ª que trouxe algo inédito após muitos anos, esperada desde a sétima geração, a configuração mais que esportiva do japonês finalmente chegou em terras brasileiras, a Type R, o nosso “Teste da Vez”.
Precificação

Atualmente, o Brasil conta três hot hatches, sendo o da Honda o menos caro.
O Civic Type R é um brinquedinho, antes de mais nada, para gente rica, como falamos logo no título. Não só pelo valor, existem carros muito mais caros que ele no Brasil, mas pela proposta também. O japonês apimentado não é aquela opção de carro principal da casa, mas mais voltado para o fim de semana, para momentos de diversão, longe do trânsito pesado do dia a dia.
E, claro, o preço não é nada módico, pelo contrário, a Honda pede insanos R$ 429.900 nele. O curioso é que o principal concorrente dele por aqui é o rival clássico do Civic, a versão esportiva do Toyota Corolla, a GR, que bate em ainda mais salgados R$ 461.990. Outro hot hatch vendido no Brasil é o Mercedes AMG A 45, por inacreditáveis R$ 604.900.
Misturado

A dianteira é bem alinhada com o modelo normal, já o resto tem estilo próprio.
Como apontamos, as gerações ímpares do Civic tendem a não fazerem tanto sucesso quanto as pares. Um dos motivos para isso é o visual, geralmente bem marcante em umas e não tanto em outras. A 11ª meio que prova isso, após um desenho super impactante da décima, ela conta com um design mais burocrático e nem a Typer R conseguiu fugir disso.
O desenho dianteiro é praticamente o mesmo da versão “civil” do Civic 11, a principal diferença fica pela entrada de ar no para-choque e na grade maiores, os faróis e o formato da dianteira são os mesmos. Um diferencial da Typer R é o acabamento em preto brilhante, a saída de ar no capô, que é de verdade, e o logo vermelho da Honda.

A traseira é uma mistura de hatch com coupé e fastback.
As semelhanças com o modelo normal param por ai, já nas laterais, o esportivo mostra o estilo próprio, da altura de solo, mínima, as rodas gigantes de 19 polegadas pretas com pneus 265/30 e freios Brembos de pinças vermelhas, passando pelas saias esportivas que mesclam a cor da carroceria com detalhes em preto brilhante e, claro, a caída do teto.
A Type R é baseada na carroceria hatch do Civic, que tem um quê de coupé com fastback, assim, de lado, a parte traseira lembra mais a 10ª geração do que a 11. Um dos diferenciais dela é que o vidro traseiro abre junto com a tampa do porta-malas. Além disso, atrás, os destaque são o gigante aerofólio, o skid plate bem esportivo e a saída de escape tripla.
Para lá de esportivo

O painel é a parte mais sóbria do interior do Typer R.
O visual externo do Type R, principalmente traseiro, chama bastante atenção, mas nada comparado com o interior. Tirando o painel, que é o mesmo das versões normais, o resto é totalmente voltado para a esportividade, com quase tudo em vermelho, do assoalho aos bancos dianteiros, passando pelos cintos e outros detalhes da cabine.
Falando dos assentos, a Honda sempre mandou muito bem neste ponto nos modelos esportivos do Civic, até então, apenas o Si nos últimos anos no Brasil. Com o Type R, ela foi ainda melhor, os bancos dianteiros têm um encaixe perfeito, praticamente abraçam quem senta neles, um dos melhores, se não o melhor, disponível no mercado brasileiro.

Os bancos são absolutamente perfeitos, mesmo sem ajustes elétricos.
Em curvas de alta, ele segura muito bem o corpo, o que ajuda muito a deixar a condução mais divertida e segura. O único porém deles é que não contam com ajustes elétricos, para um veículo de mais de R$ 400 mil, mesmo esportivo, é uma obrigação.
Atrás, para otimizar o espaço, já que conta com um super túnel central, ele é homologado para levar apenas duas pessoas, ou seja, o Type R é um raro hatch 2+2. Assim, mesmo quem vai no banco traseiro, a viagem é confortável e sem nenhum aperto. O porta-malas, sé é que será usado para isso, tem honestos 337 litros.
Uma lista curiosa

Mesmo manula, ele, curiosamente, conta com piloto automático adaptativo.
Adiantando um detalhe do conjunto mecânico, mas importante para entender a lista de equipamentos de série, o Type R conta com câmbio manual de seis marchas. Com isso, alguns itens são relativamente incomuns em veículos com este tipo de transmissão, para não dizer raros.
De longe, o mais diferente deles é o piloto automático adaptativo (ACC), que controla a velocidade de acordo com o veículo da frente, o japonês é um dos poucos veículos em todo o mundo, o único por aqui, a contar com esta união inusitada. Outros itens incomuns são a partida por botão e o freio de estacionamento eletrônico.

A tela da central podia ser ainda maior, sem os botões físicos.
Na parte da segurança, ele vem ainda com seis airbags, câmera de ré, sensor de pressão dos pneus, assistente de frenagem de emergência, auxiliar de partida em rampa, controles de tração e estabilidade e o Honda Sensing, que agrega sistema de frenagem para mitigação de colisão, auxiliar de permanência e alerta de saída de faixa com assistente de ajuste de direção, farol alto automático e o ACC.
Sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis full LED e retrovisor eletrocrômico completam a lista de segurança. De comodidade, ele vem com carregador por indução, central multimídia com tela de nove polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, som Bose, painel digital TFT de alta definição, ar-condicionado digital dual zone, pedaleiras esportivas e chave sensorial.
Onde vem a diversão

Ele é, de longe, o Civic mais potente já vendido no Brasil.
O conjunto mecânico do Typer R, como esperado, é para lá de diferenciado. Ele utiliza um moderno motor 2.0 turbo de 297 cavalos e 42,8kgfm de torque, a transmissão, como já falamos, é manual de seis marchas com tecnologia “Rev-Match”, que permite um “punta-taco” praticamente perfeito e direção elétrica progressiva com duplo pinhão.
A suspensão dianteira tem suporte de eixo duplo com braços inferiores rígidos e a traseira é Multilink, ambas contam com barra estabilizadoras e amortecedores adaptativos, que limitam a rolagem da carroceria. Os freios são a disco ventilados nas quatro rodas, sendo de 350mm a frente e 305mm atrás e os dianteiros contam com pinça Brembo.

O câmbio manual é eficiente, mas cansa em trânsito pesado.
Ainda na parte do conjunto mecânico, o Civic Type R conta com quatro modos de condução (Comfort, Sport, +R e Individual). Ao todo, seis parâmetros são alterados: gerenciamento do motor, assistência do volante, rigidez dos amortecedores, ronco do escapamento, o “punta-taco” e layout do painel.
A Comfort não tem graça nenhuma, é como se estivesse dirigindo um carro manual normal. A Sport até começa a fazer sentido, mas a divertida mesmo é +R. É com ela que o Type R mostra a que veio, das acelerações, ao divertido ronco do motor. Nela, ao fazer uma redução de marcha, seja qual for, a caixa de força urra como se estivesse cortando giro.

É na direção que o Type R se mostra de verdade, divertido e prazeroso.
Para um manual, o câmbio é simplesmente excelente. De relação curta, o motorista pode fazer as trocas de forma rápida e eficiente ou alongar e deixar a esportividade falar mais alto. Aliado aos quase 300 cavalos, ele permite manobras super seguras, além, claro, de divertidas. O único porém, que é quando ele se mostra não ser um veículo do dia a dia, é ao enfrentar um engarrafamento, logo a embreagem pesa e deixa a condução mais cansativa.
Agora, em trânsito livre, o Type R é, além de super divertido, gostoso de dirigir. O motorista tem sempre o hot hatch à mão, com controle de tudo a todo momento. Até o consumo é otimizado, para um veículo esportivo, não que faça diferença, já que o foco dele é diversão em primeiro lugar. Durante nosso teste, fez média de 7,5km/l.
A opinião do Diário Motor

Honda Civic Type R.
Após o teste com o Civic Type R, ficamos com duas questões, a primeira, é por que a Honda demorou tanto para trazê-lo para o Brasil? A segunda, precisava ser tão caro? Tudo bem que, dentre os principais modelos da categoria, a de hot hatch médio-grande, ele é o menos caro dos três, mas ainda assim são R$ 430 mil no “brinquedinho”.
Quem está em busca de um segundo carro, um modelo de fim de semana, e quer algo divertido, tendo essa grana “de sobra”, o Type R é uma excelente opção. Já quem pensa em algo nessa faixa, mas para o dia a dia, melhor procurar outro modelo. Se você pretende ter um veículo de pura diversão e abaixo dos R$ 500 mil, não há melhor escolha. Vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica

Motor: 2.0 turbo
Potência máxima: 297cv
Torque máximo: 42,8kgfm
Transmissão: manual de seis velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente nos dois eixos
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 337 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.407 x 1.890 x 4.598 x 2.735mm
Preço: a partir de R$ 429.900

Honda Civic Type R.

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Honda Civic Type R, um brinquedinho de gente grande – e rica (fotos: Geison Guedes/DP).

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Fonte: Por Geison Guedes