
O presidente Lula durante cerimônia de retomada de investimentos da Petrobras em agosto de 2024. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República).
Cacoal, RO - Os resultados da Petrobras no último trimestre de 2024 acenderam um sinal de alerta para todos os que se recordam das enormes dificuldades que as últimas administrações petistas antes de Lula 3 impuseram à estatal. Nos últimos três meses do ano passado, a estatal teve prejuízo de R$ 17 bilhões, o que puxou para baixo o lucro líquido da companhia em 2024, para R$ 36,6 bilhões, ou 70,6% a menos que em 2023. Os executivos da Petrobras, a partir da divulgação do resultado, se esforçaram para convencer os investidores de que estava tudo em ordem, mas não funcionou: as ações da estatal despencaram em 27 de fevereiro, primeiro dia de pregão após a divulgação dos resultados, em uma perda de valor de mercado da ordem de R$ 24,5 bilhões, e não pararam de cair desde então.
A cúpula da Petrobras, a começar pela presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que eventos extraordinários tiveram um grande impacto sobre os resultados da estatal em 2024, e que sem eles o lucro da empresa superaria os R$ 100 bilhões. A Petrobras fechou um acordo tributário com o governo federal, por exemplo, que resultou no desembolso de quase R$ 20 bilhões. Além disso, houve uma forte perda de rentabilidade do diesel, e os efeitos da súbita desvalorização cambial do fim do ano passado, que afetou os resultados de subsidiárias – sem consequências para o caixa da empresa, no entanto. A esse respeito, sempre é bom lembrar que a disparada do dólar ocorreu graças à irresponsabilidade do próprio governo, que apresentou medidas fiscais pífias, muito aquém do que seria necessário para resolver a iminente crise fiscal do país.
Há motivos bastante razoáveis para suspeitar que ao menos parte dos investimentos da Petrobras esteja alinhada com as ideias bastante peculiares que Lula já manifestou sobre a função das empresas nacionais
O fator que causa apreensão, no entanto, é outro, e depende única e exclusivamente das decisões tomadas dentro da Petrobras: a aceleração nos investimentos da companhia, que corresponderam a R$ 91 bilhões em 2024. O valor está 31% acima do investido em 2023, é a maior soma desde 2015 e, convertido para dólares, ficou 15% acima da projeção para o ano passado. Uma das consequências do maior investimento é a redução nos dividendos pagos pela empresa: o Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 9,1 bilhões em duas parcelas, em maio e em junho. O tema já custou a cabeça de Jean Paul Prates, o primeiro presidente da Petrobras neste terceiro mandato de Lula.
A questão, obviamente, não é que a Petrobras esteja investindo; isso é o que se espera de qualquer companhia para que se mantenha atualizada, produtiva e competitiva. O problema é que há motivos bastante razoáveis para suspeitar que ao menos parte desses investimentos esteja alinhada com as ideias bastante peculiares que Lula já manifestou sobre a função das empresas nacionais: “estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro”. Lula está disposto a manter a economia brasileira aquecida pela via do consumo, e quer “recuperar” setores da indústria nacional que dependem bastante da Petrobras, como a indústria naval.
Na “menor pior” das hipóteses, isso pode significar incentivos artificiais à economia, com o potencial de decisões desastrosas, como foi a célebre compra da refinaria de Pasadena, comprada em 2006 pela Petrobras, no primeiro mandato presidencial de Lula e quando Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da estatal. Mas a Operação Lava Jato mostrou que a ingerência governamental foi muito além de erros estratégicos que custaram muito caro à empresa: ela também foi pilhada por meio de um intrincadíssimo esquema de corrupção desenhado pelo petismo, com a colaboração de partidos aliados e empreiteiras. Quando se trata da maior empresa do país, e de quem dá as cartas nela, toda preocupação é pouca.
Fonte: por Gazeta do Povo
A cúpula da Petrobras, a começar pela presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que eventos extraordinários tiveram um grande impacto sobre os resultados da estatal em 2024, e que sem eles o lucro da empresa superaria os R$ 100 bilhões. A Petrobras fechou um acordo tributário com o governo federal, por exemplo, que resultou no desembolso de quase R$ 20 bilhões. Além disso, houve uma forte perda de rentabilidade do diesel, e os efeitos da súbita desvalorização cambial do fim do ano passado, que afetou os resultados de subsidiárias – sem consequências para o caixa da empresa, no entanto. A esse respeito, sempre é bom lembrar que a disparada do dólar ocorreu graças à irresponsabilidade do próprio governo, que apresentou medidas fiscais pífias, muito aquém do que seria necessário para resolver a iminente crise fiscal do país.
Há motivos bastante razoáveis para suspeitar que ao menos parte dos investimentos da Petrobras esteja alinhada com as ideias bastante peculiares que Lula já manifestou sobre a função das empresas nacionais
O fator que causa apreensão, no entanto, é outro, e depende única e exclusivamente das decisões tomadas dentro da Petrobras: a aceleração nos investimentos da companhia, que corresponderam a R$ 91 bilhões em 2024. O valor está 31% acima do investido em 2023, é a maior soma desde 2015 e, convertido para dólares, ficou 15% acima da projeção para o ano passado. Uma das consequências do maior investimento é a redução nos dividendos pagos pela empresa: o Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 9,1 bilhões em duas parcelas, em maio e em junho. O tema já custou a cabeça de Jean Paul Prates, o primeiro presidente da Petrobras neste terceiro mandato de Lula.
A questão, obviamente, não é que a Petrobras esteja investindo; isso é o que se espera de qualquer companhia para que se mantenha atualizada, produtiva e competitiva. O problema é que há motivos bastante razoáveis para suspeitar que ao menos parte desses investimentos esteja alinhada com as ideias bastante peculiares que Lula já manifestou sobre a função das empresas nacionais: “estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro”. Lula está disposto a manter a economia brasileira aquecida pela via do consumo, e quer “recuperar” setores da indústria nacional que dependem bastante da Petrobras, como a indústria naval.
Na “menor pior” das hipóteses, isso pode significar incentivos artificiais à economia, com o potencial de decisões desastrosas, como foi a célebre compra da refinaria de Pasadena, comprada em 2006 pela Petrobras, no primeiro mandato presidencial de Lula e quando Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da estatal. Mas a Operação Lava Jato mostrou que a ingerência governamental foi muito além de erros estratégicos que custaram muito caro à empresa: ela também foi pilhada por meio de um intrincadíssimo esquema de corrupção desenhado pelo petismo, com a colaboração de partidos aliados e empreiteiras. Quando se trata da maior empresa do país, e de quem dá as cartas nela, toda preocupação é pouca.
Fonte: por Gazeta do Povo