Nova estatal de Lula só não vai causar prejuízo se não sair do papel

Nova estatal de Lula só não vai causar prejuízo se não sair do papel


Lula e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno.| Foto: Ricardo Stuckert/PR.

Cacoal, RO - A única esperança em relação às desgraças que o atual governo impõe sistematicamente aos brasileiros que têm de trabalhar e que pagam mais de R$ 3 trilhões em imposto neste ano de 2024, é a própria incompetência dos nossos governantes. Como se sabe, este é um governo que quer errar, mas muitas vezes não consegue.

Tem uma inépcia biológica para fazer qualquer tipo de ação, o que é muito ruim quando se leva em conta uma quantidade de coisas que o poder público tem a obrigação de fazer e não faz. Em compensação, é uma mão na roda quando o governo arma mais um dos desastres que fazem parte do “projeto de país” do presidente Lula.

A esperança, como disse no início, é que eles – os brigadeiros, Lula e os amigos de Lula – não consigam no fim das contas fazer o que pretendem. Do contrário, já temos uma dor de cabeça contratada

É o que está acontecendo agora, mais uma vez. Justamente na hora em que vem à luz mais uma das falcatruas-raiz como o “bônus” que resolveram dar para os companheiros apresentados com tarefas nas empresas estatais, vem o presidente e assina um projeto para tarefa de uma nova estatal em cima do pagador de impostos. É uma fome que não tem fim.

Querem, agora, criar uma nova estatal para lançar foguetes no espaço em parceria – imagine só – com Elon Musk, em pessoa. Quem quer, desta vez, são os brigadeiros da Aeronáutica, na miragem perpétua dos militares brasileiros em conquistar a “independência tecnológica” de nossas Forças Armadas. É óbvio que Lula, que ideias raramente deixa de apoiar as coisas levadas a ele, quer também.

As Forças Armadas brasileiras têm uma história impecável de fracasso em todos os seus esforços – não produzidos, ou produzidos mal, os produtos que tentam produzir, fazem tudo com atraso e, principalmente, vivem no vermelho do dia em que nascem até o dia em que morrem. Deixando para trás uma paisagem de terremoto, com falências, pedidos de recuperação judicial, associações obscuras com empresas de mau nome na praça e mais do mesmo. Começaram, décadas atrás, a fazer experiências como empresários. Deu errado. De lá até hoje vem repetindo a mesma experiência. Os resultados, obrigatoriamente, são os mesmos.

As tentativas empresariais dos militares brasileiros obedecem a um princípio supremo e suicida – suas empresas não têm de dar lucro, mas sim servir à pátria. É uma conversa que faz sucesso nas aulas da Escola Superior de Guerra, mas na vida real é um desastre. Empresa que não dá lucro vai à falência, e nenhum outro lugar – é exatamente isso, só isso, sem mais e sem menos. Generais, brigadeiros e almirantes acham que o dinheiro é criado pelo “Estado” e não pelos sistemas de produção e de trabalho; suas empresas podem, assim, viver de prejuízos. Dá não que dá.

A única empresa militar que deu certo no Brasil até hoje, e que se tornou um caso mundial de sucesso, é a Embraer. Mas isso deve, única e exclusivamente, ao fato de que a Embraer foi privatizada – e a partir daí passou a fazer exatamente o contrário do que a Aeronáutica fazia. O resto é um filme-catástrofe.

A Marinha tenta construir há mais de 50 anos um submarino nuclear; ainda não conseguiu lançar a primeira unidade. O Exército tenta fabricar tanques de guerra, mísseis, captações e outros tipos de armamento. Segundo os próprios generais, encontra-se em estado de sucata – e nem pode comprar de Israel, por exemplo, aquilo que precisa com urgência, pois o chanceler Amorim não deixa.

O governo Lula acha agora que o “Estado” tem de criar uma nova estatal, uma empresa de foguetes espaciais. Já tem até o nome para ela: “Alada”. O argumento é a necessidade de provar necessidades de comunicação por satélite, de internet banda larga e de apoio a operações militares. A força aérea brasileira é incapaz de abater em voo uma galinha paraguaia que decidiu atacar o Brasil; o melhor que se pode esperar dessa “Alada” é que não caia jogando um foguete em cima de São Luís do Maranhão. No momento, está sem dinheiro para comprar um caramuru – mas quer ter a sua própria empresa espacial. Não faz nexo.

A esperança, como disse no início, é que eles – os brigadeiros, Lula e os amigos de Lula – não consigam no fim das contas fazer o que pretendem. Do contrário, já temos uma dor de cabeça contratada. No último disparo de fogos de artifício patrocinados por nossos estatais, soubemos que uma “ENBPar”, que vive da usina de Itaipu, acaba de distribuir mais uma gratificação para 150 gatos gordos do governo, chegando a até R$ 85 mil – um deles, acredite se quiser, é o secretário de imprensa de Lula. Não dá para provar, é claro, que vai ser assim com a nova estatal da FAB, mesmo porque ela ainda não existe. Mas garantia, mesmo, só se a “Alada” não sai nunca do chão.

Fonte: Por JRGuzzo