Extrema direita cresceu em Rondônia; Segundo turno sem favoritismos; Expedito Junior se reclica

Extrema direita cresceu em Rondônia; Segundo turno sem favoritismos; Expedito Junior se reclica


ELEIÇÃO.

Cacoal, RO - Apurada as urnas em todos os municípios brasileiros, os partidos de centro saíram mais uma vez vencedores das eleições municipais, até o desmilinguido MDB, que outrora era soberano nas eleições congressuais, estaduais e municipais, manteve como segundo colocado atrás apenas do PSD de Gilberto Cassab. O país expressou nas urnas que ainda professa posições políticas do centro, rejeitando em tese a dicotomia da polarização, embora os partidos extremados de direita e esquerda tenham crescidos. Com vantagem para o primeiro.

RONDÔNIA

Mesmo que o nosso estado seja o mais extremista de direita entre as unidades da federação, segundo a última pesquisa divulgada nacionalmente, a maioria dos eleitores optou por dar vitória aos partidos de centro direita. Mas a extrema direita cresceu em Rondônia e a esquerda praticamente sucumbiu nas urnas. Fruto de equívocos e gestões desastradas do PT e PDT.

CAPITAL

Teremos um segundo turno em Porto Velho entre a mais nova convertida ao bolsonarismo, Mariana Carvalho (UB), e o candidato do centro direita do Podemos, Léo Moraes. No primeiro turno, apoiada numa coligação que reuniu mais de doze partidos, a jovem Mariana esperava vencer as eleições no primeiro turno. Toda a propaganda da campanha foi direcionada neste sentido, inclusive com a exploração exaustiva da máquina municipal, uma vez que é ungida pelo atual prefeito e também parte da máquina estadual. A desproporcionalidade da campanha era tão grande que o material dos adversários sumiu das ruas. O número de formiguinhas contratadas para distribuir “santinhos” no sinais de trânsito era tão enorme que engarrafava as vias.

VESGOS

Nove entre dez analistas profissionais instados a avaliar o cenário, afirmavam categoricamente que a eleição acabava no primeiro turno, exceto este solitário cabeça chata. O resultado é um segundo turno acirrado e sem aquele favoritismo anterior. Mesmo a filha do Aparício obtendo uma votação expressiva. Segundo turno, é outo papo.

SOBERBA

Com uma gestão aprovada pelos munícipes e uma avaliação pessoal igualmente boa, Hildon Chaves (PSDB) acreditava que transferiria seus percentuais de aprovação, como se o eleitor fosse um dos seus comissionados. Quebrou a cara. Não sabe que o eleitor se move por circunstâncias bem diversas daquelas que convencionou a ouvir nos últimos dois anos, repetidos por uma corja de bajuladores. Razão pela qual Hildon assumiu um papel de soberba nesta campanha que foi detectada pelos eleitores mais humildes, uma que a cada entrevista o senhor prefeito esquecia da candidata e falava tão somente de si. Esqueceu que sua exposição exagerada na campanha ofuscaria a protegida. Tal fato somente expôs as debilidades da candidata. O governador Marcos Rocha adotou uma postura de discrição e sobriedade, bem diversa do prefeito.

SUSTO

Hildon é de longe o melhor prefeito que administrou Porto Velho. Nada antes é comparável a sua gestão. Por diversas vezes esta coluna reconheceu sua competência. Mas no que se refere à articulação eleitoral o prefeito delegou a subordinados conhecidamente como amadores na arte da política e desqualificados nas estratégias de campanha. Deu no que deu. Exceto Dr. Santana, nenhum outro vereador eleito é da cozinha do prefeito.

ABATIDO

Hildon erra ao achar que a sua onipresença seria suficiente para que transferisse à Mariana os percentuais de aprovação que as pesquisas lhe conferem, embora bem distante dos noventa por cento que insiste em repetir por informações deformadas de quem bajula e não entende de interpretar números. Na primeira entrevista, após as apurações, apareceu ao lado da candidata com cara de passagem e bem abatida. Bem diferente daquele que no dia anterior ao primeiro turno deu entrevistas às rádios da capital fustigando os adversários. Era um Hildon tenso, deprimido e melancólico. Percebeu ali que não é deus.

FUJONA

A maioria vai creditar a ausência de Mariana no debate da TV Amazônica, filial da Globo, pelo segundo turno. É desgastante mesmo um candidato fugir do debate que avalia quem dos concorrentes possui a melhor proposta e quem está mais apto a assumir o destino de um município tão grande e de tantos problemas quanto Porto Velho. Não comparecer ao debate é reconhecer a própria insegurança e expor as fragilidades, mas não foi somente esta fugidinha responsável pelo segundo turno. Marina é uma candidata frágil, sem conteúdo e sem experiência administrativa, e na campanha, ao usar a exaustão os feitos de Hildon, terminou atrapalhando por não anunciar o que vai realizar como prefeita. Isto ficou claro aos olhos do eleitor. Como ela não é Hildon, nem Hildon é ela, as debilidades supostamente cognitivas ficaram escancaradas. A saída foi fugir do debate temendo uma eventual lacração.

DESPENCANDO

Outro fator preponderante, que precisa ser avaliado, é que da primeira pesquisa divulgada ela despencou de cinquenta e seis por cento, para cinquenta e dois, conforme dados divulgados no sábado, véspera do primeiro turno. Abertas as urnas, caiu ainda mais, para quarenta e quatro. Enquanto o adversário, Leo Moraes, somente subiu o suficiente para impedir a eleição da menina do Aparício no primeiro turno. Neste segundo turno, mesmo com a insistente soberba dos governantes, não há favoritismo. É uma nova eleição.

CRACA

O resultado de um segundo turno foi tão inesperado para o Comitê Eleitoral de Mariana Carvalho que ainda ontem, para surpresa dos observadores políticos, houve um contato do deputado federal Maurício Carvalho com os dirigentes dos partidos de esquerda para conseguir a adesão ao imenso “Titanic” formado em torno da candidatura da irmã, Mariana. A coluna apurou que a craca burocrática da esquerda piscou em direção da bolsonarista. Fico imaginando a Sofia do PL ao lado dos petistas, trocando afagos.

RESSENTIMENTO

A coluna teve acesso a algumas falas da reunião dos dirigentes dos partidos de esquerda, ocorrida ontem à noite, no escritório de Acir Gurgacz, quase todas sinalizando adesão à bolsonarista Mariana Carvalho. O PT e o PDT rondoniense viraram uma espécie de latifúndio de influência do empresário que termina ditando o caminho a seguir. Foi assim quando descartaram a promissora candidatura de Vinícius Miguel pela campo progressista, em favor de um advogado Célio filiado ao PDT, desconhecido e limitado ideologicamente. Na reunião Acir revelou os ressentimentos com Leo Moraes em razão da citação feita contra ele durante o debate global. Algo que virou pessoal e influencia na adesão ao bolsonarismo.

NEUTRALIDADE

Nem o ex-prefeito Roberto Sobrinho, alvo implacável de Hildon Chaves nas eleições 2016, defende a neutralidade e revelou para uma fonte da coluna a intenção em votar na bolsonarista mesmo que naquela seara seja persona non grata. Há várias formas de justificar o injustificável, mas nunca é suficiente para engalobar o eleitor. É preciso, portanto, combinar com os “Russos”, diz o ditado. Na política, já dizia Euclides Mello, “até boi voa”.

ESTABILIDADE

Em Ji-Paraná e Guajará-Mirim os eleitores optaram pela segurança jurídica e votaram em candidatos que não estejam encalacrados com problemas policiais e judiciais. Deputado Afonso e Neto, ambos desbancaram os favotitos. Em Jaru não foi o passeio que esperava o clã dos Gonçalves, o candidato do PL deu trabalho ao favoritismo do candidato do MDB.

FENEX

Expedito Junior que estava fora dos radares políticos está comemorando a eleição de 7 prefeitos do PSD em Rondônia, em particular Furia de Cacoal, e dezenas de vereadores. Junior tentar se reclicar e é provável candidato a deputado federal em 2026, pelo PSD.

CRESCIMENTO

Em Rondônia o PL do Senador Marcos Rogério foi o partido que mais cresceu ao eleger 12 prefeitos, 7 vices, além de 91 vereadores. è o melhor desempenho do PL no estado uma vez que em 2022 elegeu apenas quatro prefeitos. Com isto o senador Marcos Rogério sai fortalecido do pleito, particularmente pela votação expressiva do seu candidato em Jipa.

BARRADO

Eyder Brasil foi derrotado para vereador da capital, mas assumirá como deputado estadual em janeiro, quando o deputado Afondo Candido renuncia ao mandato para assumir prefeitura de Ji-Paraná. Cabra de sorte herdar dois anos de mandato mesmo sendo rejeitado pelo eleitor.

LIXEIRA

As operações policiais para combater crimes ligados as administrações públicas estão suspensas aparentemnete para evitar interferir nas eleições. É um lástima, caso a hipótese seja verdade, ligar uma coisa com a outra. A população tem o direito de saber a sujeita escondida debaixo dos tapetes palacioanos. Tapete não é lixeira...


Fonte: Por Robson Oliveira