Rondônia: entenda os efeitos sociais e ambientais do consumo de alimentos ultraprocessados

Rondônia: entenda os efeitos sociais e ambientais do consumo de alimentos ultraprocessados



Porto Velho, RO - Em 2024, a segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira comemora 10 anos. Para marcar os dados, o Ministério da Saúde lançou uma série especial de notícias que aborda diversos aspectos do documento. As recomendações atualizadas nesta edição têm como objetivo promover uma alimentação saudável que beneficie a saúde individual, respeite e valorize as tradições locais, e o cuidado do meio ambiente. Nesse contexto, o guia recomenda evitar alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e refrigerantes, devido à sua composição nutricional desequilibrada e ao alto teor de calorias, que atraem para a obesidade e o desenvolvimento de doenças.
Embora sejam por natureza não saudáveis, esses alimentos ganham popularidade devido ao seu baixo preço, alta disponibilidade, conveniência e sabor. De acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas pelo Inquérito Telefônico (Vigitel), no ano passado, 34% dos homens e 20% das mulheres em Porto Velho consumiram cinco ou mais tipos de alimentos ultraprocessados ​​no dia anterior à entrevista. A pesquisa é conduzida com uma amostra de adultos com mais de 18 anos em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. No total, foram realizadas 21.690 entrevistas: 10.858 por meio de telefones fixos e 10.832 por telefones móveis. Publicidade Esses alimentos também possuem impactos negativos na cultura, na vida social e no meio ambiente, afetando, assim, a saúde e o bem-estar das pessoas. Cultura Esses alimentos afetam a cultura ao promover marcas padronizadas mundialmente e campanhas publicitárias agressivas. Essas estratégias criam uma falsa sensação de diversidade e fazem com que as tradições alimentares locais pareçam desinteressantes, especialmente para os jovens. Como resultado, há um desejo crescente de consumir esses produtos para se alinharem a uma cultura desenvolvida moderna e superior, trazendo a importância das práticas alimentares tradicionais. Vida social projetada para consumo imediato, podendo ser ingeridos a qualquer hora e em qualquer lugar, os alimentos ultraprocessados ​​eliminam a necessidade de preparar e compartilhar refeições. Seu consumo ocorre frequentemente em momentos de isolamento, como ao assistir televisão ou trabalhar no computador, o que reduz as oportunidades de interação social. Segundo o guia, a "interação social" mostrada nas campanhas publicitárias desses produtos não reflete a realidade. Meio ambiente A produção e comercialização de alimentos ultraprocessados ​​causa danos ao meio ambiente. As embalagens não biodegradáveis ​​poluem o ambiente e bloqueiam novas tecnologias para gestão de resíduos. A demanda por ingredientes como açúcares e óleos vegetais estimula monoculturas que utilizam agrotóxicos e fertilizantes, prejudicando a biodiversidade. Além disso, o transporte desse alimento consome muita energia e emite substâncias poluentes, enquanto o uso excessivo de água exige recursos naturais essenciais. Kelly Alves explica que uma das vertentes abordadas pelo Ministério da Saúde é o incentivo à alimentação adequada e saudável. Isso é feito por meio da divulgação clara de informações sobre essas práticas, os grupos de alimentos e suas características positivas e negativas. “A nossa orientação não se baseia em uma abordagem de permitido e proibido, mas sim em escolhas alimentares saudáveis ​​e evitar aquilo que pode representar riscos à saúde”, observa. Histórico da Guia

A primeira edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicada em 2006 pelo ministério, apresentou as primeiras diretrizes oficiais para a população. Com as transformações sociais que impactaram as condições de saúde e nutrição da sociedade, foi necessário atualizar as recomendações.

A segunda edição, desenvolvida em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas), disponível desde 2014, foi elaborada após um amplo processo de consulta pública que envolve um extenso debate com diversos setores da sociedade. Essa versão permanece atual mesmo após uma década. "As evidências científicas mostram que os problemas de saúde que estavam presentes na época da revisão, como as doenças crônicas não transmissíveis, começam avançando e estão diretamente relacionados à alimentação eficaz", conclui o coordenadora.

Acesse o Guia Alimentar na íntegra


Fonte: Tudo Rondônia