"Se os presentes personalíssimos para mim, um dos conjuntos eu vou leiloar e doar para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde fui atendido em 6 de setembro de 2018. Mas estou esperando a palavra final", disse, em entrevista à CNN Brasil na quinta-feira, 8.
Cacoal, RO - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, se o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que ele poderá ficar com as joias recebidas pelo regime saudita, ele doará um dos conjuntos na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele foi atendido no hospital quando sofreu uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.
"Se os presentes personalíssimos para mim, um dos conjuntos eu vou leiloar e doar para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde fui atendido em 6 de setembro de 2018 . Mas estou esperando a palavra final”, disse, em entrevista à CNN Brasil na quinta-feira, 8.
O TCU decidiu, na última quarta-feira, 7, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisa devolver um. relógio Cartier, avaliado em R$ 60 mil, que ganhou de presente durante uma viagem à França em 2005. A decisão também firmou uma tese que pode beneficiar Bolsonaro, que foi indicada pela Polícia Federal (PF) por participar de um esquema de venda ilegal de joias entregues ao governo brasileiro em viagens oficiais.
Como revelou o Estadão, Bolsonaro omitiu dos órgãos federais a existência das joias recebidas durante o governo dele, de 2019 a 2022.
No início do mês passado, Bolsonaro e outros 11 foram indiciados pela PF por participarem do esquema de venda ilegal de joias. A irregularidade foi revelada pelo Estadão em março do ano passado, quando auxiliares do ex-presidente pretendiam entrar no País sem declarar itens preciosos ao Fisco.
Após a repercussão, o TCU obrigou o ex-presidente a devolver os itens, argumentando que as joias não eram "itens personalíssimos", tinham um alto valor comercial e deveriam estar sob o resguardo da União. Com o fim da investigação da PF, a corporação descobriu um esquema ilegal de venda de joias no exterior, e creditou a Bolsonaro os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se condenado pelos três delitos, o ex-presidente pode pegar de dez a 30 anos de prisão.
Como mostrado no Estadão, há diferenças nos casos de Lula e Bolsonaro, de acordo com especialistas. "O modo como Bolsonaro leva o caso chamou a atenção. No primeiro momento, ele recebe os presentes. Até aí tudo bem. Mas ele deixou de cadastrar alguns e vendeu no exterior usando seus assessores.
Quando o caso veio a público e ele viu que Poderia ser interpretado de uma maneira criminosa, ele desfez a venda para tentar fechar o rastro do mau processo. Ou seja, em resumo, ele tentou auferir o lucro de um presente de Estado Rubens Beçak, mestre e doutor em Direito Constitucional da USP.
Fonte: Notícias ao Minuto