Saída de Cruz e possível apoio a Mariana reforçam favoritismo da ex-tucana; e eventual união de Miguel com Vargas vai além da ideologia

Saída de Cruz e possível apoio a Mariana reforçam favoritismo da ex-tucana; e eventual união de Miguel com Vargas vai além da ideologia


A saída prematura do presidente da ALE/RO pode fortalecer a ex-deputada.

Cacoal, RO – Nesta semana, Marcelo Cruz, presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO) e membro do PRTB, surpreendeu ao anunciar sua desistência da corrida eleitoral para a Prefeitura de Porto Velho. Cruz, que vinha se posicionando como um dos candidatos fortes, foi forçado a abandonar a disputa devido a questões técnicas relacionadas ao seu cargo, deixando um vácuo significativo na campanha municipal.

+ Marcelo Cruz desiste da candidatura à Prefeitura de Porto Velho em 2024

Com a saída de Cruz, todas as atenções se voltam para Mariana Carvalho, do União Brasil. Já apontada como a favorita, Mariana agora tende a receber o apoio formal de Cruz, consolidando ainda mais sua posição. Um site de notícias da Capital chegou a anunciar a aliança, mas falta, ainda, um comentário oficial do presidente da ALE/RO. Lado outro, os bastidores políticos indicam que a fusão é iminente.

+ Pré-candidatos Valdir Vargas e Vinícius Miguel discutem sucessão em Porto Velho

Se confirmada, Mariana será apoiada pelos três maiores chefes de poder político do estado: Hildon Chaves, do PSDB, o governador Coronel Marcos Rocha, e o próprio Cruz. Esse trio, com suas respectivas máquinas administrativas, impõe uma pressão considerável sobre Mariana para garantir a vitória. A candidatura de Mariana, após a derrota nas eleições de 2022 para o Senado Federal, torna-se crucial para sua carreira política. O revés para o pecuarista Jaime Battoli, do PL, deixou Mariana em uma posição onde a vitória na prefeitura de Porto Velho é vista como um retorno necessário à relevância política local.

+ OPINIÃO — Complexa, estratégica e difícil eleição a prefeito de Porto Velho

Paralelamente, a aliança progressista parece cada vez mais fragilizada. A decisão do PT de apoiar Célio Lopes, do PDT, afastou possíveis colaborações com figuras importantes da esquerda, como Vinícius Miguel, do PSB, e Samuel Costa, da Rede. Vinícius, em uma manobra que seria impensável há quatro anos, encontrou-se recentemente com Valdir Vargas, pré-candidato do PP, indicando uma possível aliança entre a esquerda e a direita.

Esta aliança, em um cenário onde a extrema-direita tem perdido força, abre espaço para coalizões baseadas mais na gestão do que em divisões ideológicas. Se Valdir e Vinícius unirem forças, podem surgir como uma séria ameaça à candidatura de Mariana. Contudo, antes de consolidar essa aliança, Mariana deve atrair para si os votos da direita, enfrentando outros candidatos do mesmo espectro político, como Léo Moraes, do Podemos, Euma Tourinho, do MDB, e Benedito Alves, do Solidariedade.

Em conclusão, a saída de Marcelo Cruz não apenas reconfigura a corrida eleitoral, mas também intensifica a complexidade das alianças e das estratégias políticas. Como bem disse o filósofo francês Michel Foucault, "onde há poder, há resistência". A política, com suas nuances e peculiaridades, é um jogo de forças onde cada movimento, por mais inesperado que seja, redefine o cenário e desafia os envolvidos a se adaptarem e reagirem com inteligência e estratégia.

Neste contexto, Mariana Carvalho terá de encontrar uma habilidade -- que ainda não tem --, de navegar essas águas turvas e reunir as condições necessárias para alcançar suas pretensões. Isso será crucial para determinar o desfecho de sua caminhada na eleição à Prefeitura de Porto Velho.


Fonte: Por Rondoniadinamica